A revista Herói Gold surgiu no final de 1994 como um fenômeno editorial. Os 100 mil exemplares de seu primeiro número se esgotaram rapidamente e essa primeira edição teve que ser reimpressa. A revista, que foi pensada para ser mensal, tornou-se semanal. Em determinados momentos já chegaram a ser lançadas duas edições por semana, oito por mês. As tiragens alcançaram o incrível número de 1 milhão de exemplares por semana! Vendidos exclusivamente em bancas. Para quem dizia que crianças e adolescentes não liam, foi um susto A Herói se transformou nesse sucesso não como uma revista de recortar ou colorir, mas fazendo jornalismo. Falando dos filmes que acabam de ser lançados no cinema, de novos gibis, de games, discos, livros e TV. Nesses três anos de existência, a Herói tem mapeado todo o universo de ficção pop. De Pernalonga ao Zé do Caixão. De Flash Gordon aos Cavaleiros do Zodíaco. Arquivo X já foi capa e Gasparzinho também. E a Herói, que era uma pequena revista de formato pequeno, transformou-se em uma grande revista, inclusive em seu formato. Seu público é mais informado e quer matérias mais aprofundadas. E muitos adultos, que não se tornaram bobos o bastante para esquecerem do Speed Racer ou do Homem-Aranha, descobriram a revista. A Herói cresceu para dar mais espaço para cada assunto. Foi nesse contexto que se pensou em uma enciclopédia. Mas havia um problema: como poderíamos colocar em um livro esse universo gigantesco coberto pela Herói? Decidimos então que seria exclusivamente uma enciclopédia de heróis. Mesmo assim, era muita coisa para um livro. Então apareceram nossos amigos do Publifolha e surgiu a idéia de fazer tudo em CD-ROM. Com a indispensável ação do Publifolha, o projeto adquiriu uma cara ainda mais ambiciosa. Teve, por exemplo, a inclusão de muito mais movimento e sons. E a Trattoria de Frame abriu todas as possibilidades criativas do formato CD ROM. Para transformar essa enciclopédia em algo tão emocionante quanto um filme, um gibi ou um game. E aqui está. A PESQUISA Durante meses pesquisamos em livros, revistas, vasculhamos a internet. Contamos com a ajuda de produtores, editores e artistas. Diversas dúvidas a respeito de vários heróis foram esclarecidas pelos próprios criadores ou roteiristas das séries. Conversamos com artistas como Chris Claremont (o criador dos novos X-Men) e com o próprio Stan Lee, o legendário co-criador do Homem-Aranha, Quarteto Fantástico, Hulk e todo o Universo Marvel. Também tivemos a valiosa contribuição de diversos fã-clubes e fanzines, tanto do Brasil como do exterior. E nada teria sido possível se não fosse a colaboração das diversas empresas citadas, de licenciadores a editoras. Muito obrigado a todos. Graças a essa ajuda, conseguimos coletar informações dos mais diversos personagens, que vão de Tartaruga Touché a Frank Black (da sinistra série Millennium), de Monkees ao Lobo Solitário. De Wolverine a Tintin. E Ultraman, os agentes da U.N.C.L.E., Monstro do Pântano, Esquilo Sem Grilo, Terry e os Piratas, Dr. Kildare, He-Man, Columbo, Princesa Leia ... Bom, passeie um pouco, a casa é sua. A ENCICLOPÉDIA HERÓI Essa não é uma enciclopédia de tudo de televisão, nem uma enciclopédia de tudo de quadrinhos. Até porque precisamos colocar algum limite, ou ficaríamos para sempre pesquisando e escrevendo. Então, infelizmente, você não vai encontrar aqui um verbete a respeito de séries como Mary Tyler Moore ou das HQs do Pinduca. Nosso esforço foi para fazer a mais completa enciclopédia de heróis do mundo pop. E, apesar de uma pesquisa profunda em livrarias do Brasil, EUA e Europa, não conseguimos ter notícia de algo como esse trabalho que estamos apresentando. Heróis de TV e quadrinhos são a maioria entre os verbetes dessa enciclopédia. Não só porque têm sido os principais assuntos da revista Herói, mas porque têm sido as mídias que criaram e, principalmente, conservaram mais heróis. O cinema cria heróis apenas para um filme. Muitos conseguem fazer carreira como Rocky Balboa, Indiana Jones e Braddock (e estão aqui). Mas a maioria aparece em um só filme, muitas vezes sem mesmo apresentarem o nome e sobrenome. Nos quadrinhos e na TV, as chances de um personagem sobreviver em mais de uma aventura são muito maiores. Mesmo que, por exemplo, o gibi do Homem-Borracha tenha durado poucos números, ele continuou aparecendo como coadjuvante nas aventuras de outros personagens. Na TV, as séries dificilmente deixam de ter pelo menos uma temporada, que depois é repetida diversas vezes. UNIVERSOS Os quadrinhos têm uma importância vital na indústria pop. Ainda que sejam um negócio menos rentável que cinema, TV e livros, os quadrinhos têm sido o espaço ideal para o lançamento de novos personagens. Para cada Rambo que surge no cinema, centenas de variações do tema são publicadas em quadrinhos. Não é sem razão, que nove das dez maiores bilheterias da história do cinema, quando não são baseadas em um gibi (como Batman e Homens de Preto), têm as HQs como uma das principais referências. Tudo se explora antes nos gibis. Por isso dedicamos matérias especiais para as duas maiores editoras de quadrinhos dos EUA: a DC Comics (de Batman, Super-Homem, Mulher Maravilha e muitos outros) e a Marvel (de Homem-Aranha, X-Men, Capitão América etc). São editoras tradicionais, que lançaram seus primeiros super-heróis ainda na década de 30 e nesses 60 anos criaram universos ficcionais tão complexos que no caso específico da DC Comics, achamos necessário criar também um texto com a cronologia de seu universo. Também criamos uma matéria especial e uma lista separada com super-heróis brasileiros dos quadrinhos. Graças principalmente à colaboração do pesquisador José Eduardo Cimó, conseguimos informações a respeito de mais de 200 personagens. Mais heróis brasileiros ainda aparecem na lista normal de verbetes. Três outras matérias sintetizam a história de outros complexos universos: o da série Jornada Nas Estrelas o de Guerra Nas Estrelas e do herói japonês Ultraman . E uma matéria fala de um grupo de heróis que surgiu nos games e depois foi parar nos quadrinhos, cinema e TV: Street Fighter. CRIADORES E CRIATURAS Também trazemos fichas de 40 criadores e artistas especialmente importantes para o Universo dos heróis. E as fichas de atores que ficaram marcados em papéis de heróis em filmes de ação, os astros de locadoras. Uma lista que vai de Charles Bronson ao chinês Chow-Yun Fat. Passando por Arnold Schwarzenegger , Bruce Lee, Brigitte Nielsen, Giuliano Gemma , Cinthia Rothrock e ... É passeie também por aí. E, finalmente os verbetes dos heróis. São mais de mil, mas falam de muitos mais personagens. A ficha da Legião dos Super-Heróis, por exemplo, fala de 31 integrantes do grupo. É claro que, apesar do esforço, não colocamos todos os heróis. Paramos quando a campainha tocou pela última vez. E entrou os que estavam prontos. Nesse momento em que escrevo, diversos gibis estão chegando à nossa redação com novos heróis. E notícias de novas séries de TV, novos filmes. Também estão surgindo novos gibis, filmes e séries de TV com antigos personagens. E novas informações surgem esclarecendo antigas dúvidas. Por isso agradecemos muito qualquer sugestões e correções que recebermos. Na próxima edição pretendemos ocupar integralmente as dezenas de milhares de gigabites que teremos à disposição. Nesse momento percebo que esquecemos do Santo. Não aquele Santo que virou série de TV com Roger Moore e filme com Val Kilmer. Não, esse tem. Falo daquele outro Santo, mexicano, que era um lutador de luta livre e estrelou uma série de filmes para cinema nos anos 50 e 60. Fica para a próxima edição. Rogério de Campos